domingo, 1 de fevereiro de 2009

Os e-books voltaram. Mas pra onde eles haviam ido?

Deu no New York Times que após serem ignorados por quase uma década, os e-books finalmente estão bombando, em parte devido ao aumento da popularidade do Kindle, o leitor de e-books da Amazon.

Epa, como assim o Kindle – aquele brinquedinho que todo mundo concordou em deixar pra lá porque era difícil de manusear, limitado, preto-e-branco, lento e nem um pouquinho cool?

Bem, quase: estamos falando do novo Kindle, que ficou mais rápido, graças aos avanços da tecnologia, e incrivelmente cool, após os elogios recebidos no popular programa da apresentadora Oprah Winfrey (estranho como ninguém na MS tenha pensado em algo assim para tentar salvar o Windows Fiasco da vista, quero dizer, bom, você entendeu).

Não deixa de ser irônico que essa volta por cima se dê num momento em que as vendas dos livros impressos (aqueles, que havíamos combinado que nunca iriam acabar) estejam caindo nos Estados Unidos, e depois de portáteis mais charmosos como o iPod, o Blackberry e os netbooks terem se tornado bem mais populares do que o Kindle sem a necessidade de nenhum empurrãozinho em programas de TV.

(Sempre se pode argumentar que é desconfortável ler "A Montanha Mágica" na telinha de um netbook, mas experimente buscar no Google "autores alemães de livros enormes" com o Kindle para comprovar que o desconforto pode ter dois lados - e uns botõezinhos parecidos com pastilhas de borracha).

De todo modo, a ressurreição do Kindle na mídia americana traz novamente o foco para dezenas de leitores de e-books alternativos dos quais nem seus fabricantes ousavam mais falar. Com a súbita profusão de alternativas de leitura, ou até mesmo por causa dela, resta saber se os leitores ainda terão paciência para encarar até o fim um clássico como Moby Dick, ou se vão achar mais prático ir deslizando a barra de rolagem para baixo até descobrir se o Capitão Ahab consegue capturar a sua presa – e longa vida aos livros de tecnologia, administração, política e auto-ajuda, cuja compreensão independe da maneira e/ou da ordem em que foram (ou mesmo se foram) lidos.

Enfim, tudo indica que a leitura de álbuns para colorir ainda não está inteiramente resolvida nesses dispositivos, então de minha parte, acho que vou deixar passar mais uma vez.

2 comentários

Renato Degiovani disse...

Pode deixar passar mais umas tantas. O recente sucesso dos netbooks tem demonstrado que daqui a pouco teremos um micro total, pleno e irrestrito no formato folha de papel (ok, pode ficar ligeiramente mais grosso).

Mas a idéia dominante parece ser mesmo essa de integrar tudo o que a gente (pensa que) precisa num único equipamento.

Divino Leitão disse...

Ainda acredito em Papai Noel, Coelho da Páscoa e aquele óculos que faz a gente ter a sensação de estar assistindo uma TV de 50 polegadas.

Na hipófise da existência de algo parecido basta colocar o micro num supositório, porque som e imagem vão para os tais zóculos e de preferência sem enfiar nada no ouvido (epa!).

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